Emocionada, viva diz no Rio de Janeiro que queria ter morrido ao lado do marido 293d3k
Publicado em 08/04/2019
Editoria: Brasil
A famlia do msico Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos, foi hoje (8), no final da manh, ao Instituto Mdico-Legal (IML), no centro do Rio de Janeiro, para liberar o corpo. Ele foi morto em uma operao do Exrcito, em Guadalupe, na zona oeste da cidade, na qual o carro em que estava foi atingido por mais de 80 tiros de fuzil.
Em estado de choque, a tcnica em enfermagem Luciana dos Santos Nogueira, viva de Evaldo, disse que a famlia ava pelo local onde houve a operao com frequncia e que sentiu-se segura ao observar a presena do Exrcito.
Por que o quartel fez isso? Eu disse, amor, calma, o quartel. Ele s tinha levado um tiro, os vizinhos comearam a socorrer. Eu ia voltar, mas eles continuaram atirando, vieram com arma em punho. Eu coloquei a mo na cabea e disse: Moo, socorre meu esposo. Eles no fizeram nada. Ficaram de deboche. Tem um moreno que ficou de deboche e rindo.
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Aos prantos, a viva disse que preferia ter morrido ao lado do marido, com quem era casada h 27 anos. Eles me deixaram e mandaram eu correr. Eu tinha que ter ficado para morrer com ele, eu e meu filho, disse. Ele [o marido] era meu melhor amigo. Meu filho estava no carro, eu dei calmante para ele, ele viu tudo, afirmou a tcnica de enfermagem, que disse ao filho que pai estava hospitalizado.
Luciana Nogueira informou que Evaldo era msico e trabalhou como vigilante, mas perdeu o emprego h dois anos. Dbora dos Santos Arajo, irm da tcnica, disse que o filho do casal, de 7 anos, ainda no foi informado da morte do pai.
A gente ainda no falou que ele morreu. O menino fica perguntando quando o pai vai sair do hospital. Ele est na casa do av, do meu padrasto. Era filho nico, tinha muito amor pelo pai, ressaltou Dbora Arajo.
Segundo Dbora, houve uma tentativa de militares de fazer a percia no local. Tem um vdeo mostrando que queriam colocar alguma coisa embaixo do meu cunhado, disse. Ns exigimos que fosse a polcia. Isso foi [por volta das] duas horas, a polcia chegou s seis e pouco. Ns no deixamos eles fazerem porque eles podiam tentar fraudar.
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O carro em que estava a famlia foi atingido por mais de 80 tiros disparados pelos militares. Evaldo, a mulher, o filho de 7 anos, o sogro e uma amiga da famlia estavam indo para um ch de beb. O msico foi atingido por trs tiros e morreu na hora.
O sogro, Srgio Gonalves de Arajo, recebeu um tiro nas costas e outro no glteo e est internado em estado estvel no Hospital Albert Schweitzer ao lado de um homem, que estava no local, e tentou socorrer a famlia, mas foi atingindo por um tiro no peito.
Segundo Luciana Nogueira, no houve confronto, e os tiros comearam assim que o carro da famlia entrou na rua. Eu me senti protegida quando vi o quartel. Meu padrasto estava no banco da frente. O Evaldo j estava caindo no volante, mas falou corre com o Davi. Eu abri a porta e disse que ajudava a levar o carro. Os vizinhos vieram para ajudar a socorrer.
FONTE: Agncia Brasil