ndio terena volta aldeia em Aquidauana e dedica diploma a me 674o1r
Publicado em 16/11/2019
Editoria: Educao
Eloy entregou o certificado de doutorado me na aldeia Ipegue
Filho lembra que estudou graas a me, que deixou tudo para trs e trabalhou muito para que os filhos no perdessem a escola
O sorriso sincero de dona Zenir Eloy, me do advogado Luiz Henrique Eloy Amado, recebendo o diploma de doutor do filho de emocionar. A foto que registrou o momento foi publicada na pgina dele e j ganhou muitos comentrios. Uma conquista que parece comum para alguns, mas que teve um gosto muito mais especial para o indgena sul-mato-grossense que atribui cada o dado me.
Luiz, conhecido como Eloy Terena, tem 31 anos e j figura no Estado por defender as causas que envolvem os imes nas demarcaes de terras indgenas. Ele terminou o doutorado aos 30, do jeitinho que sonhava, mas, segundo ele, nada disso seria possvel sem os anos de batalha da me para no faltar nada aos seus filhos.
Nascido na Aldeia Ipegue, localizada em Aquidauana a 135 quilmetros de Campo Grande. Eloy voltou aldeia nesta semana para entregar pessoalmente o diploma a Zenir. Ela j sabia que eu era doutor, mas ainda no tinha visto o certificado. Eu estava fazendo ps-doutorado na Frana e quando cheguei ao Brasil na semana ada soube que o diploma estava pronto e fui buscar.
Doutor pelo Museu Nacional UFRJ, Eloy chegou ao onde nasceu, se criou e recebeu as primeiras lies para o manejo do mundo, com um pedao de papel significativo, conquistado atravs de um esforo coletivo, diz. Eu tive essa ideia de dar uma devolutiva para famlia e minha comunidade. Minha me foi a pedra fundamental para continuar estudando. poca, sair da aldeia para estudar era muito difcil. Isso s acontecia quando se tinha familiar na cidade, o que no era o meu caso.
Mesmo assim, todos os anos a me de Eloy vivia uma correria para conseguir matricular os filhos na escola e garantir o material. Zenir no s trabalhou, como rompeu paradigmas para garantir os estudos dos filhos. S foi possvel continuar eu e minha irm continuarmos estudando porque minha me tomou atitude sair da aldeia para ser diarista. Ela enfrentou as tradies da comunidade como uma mulher solteira e foi trabalhar na cidade. Depois de um ano ela voltou para buscar a gente e nos fez dois profissionais, graas a sua coragem na dcada de 90.
No fosse luta da me, Eloy acredita que os caminhos trilhados teriam sido diferentes. Ou eu ia estudar ou cortar cana, naquela poca era muito comum terminar o Ensino Fundamental e ir trabalhar, lembra.
Atualmente, o advogado indgena Terena, defensor dos direitos humanos dos povos indgenas, assessor jurdico da Articulao dos Povos Indgenas do Brasil. Ela tambm cursa ps-doutorado na Frana na rea de Cincias Sociais.
FONTE: Campo Grande News