Aprendizados conquistados durante a infncia so ados s crianas em Aquidauana
A Patrulha Mirim da Polcia Militar mudou a vida do, hoje, Tenente-coronel Carlos Magno da Silva. Agradecido pelo que conquistou devido ao projeto, feito para integrar a polcia e a sociedade atravs das crianas, ele dedica os dias a ensinar os alunos com palestras, instrues e motivaes sobre o futuro para aqueles que no esto acostumados a sonhar.
A iniciativa, que envolve, em maioria, pessoas em vulnerabilidade social, tambm chance de romper com o medo da polcia e abrir portas para oportunidades no mercado de trabalho. A histria de Carlos com o militarismo foi parecida e comeou em 1986, na poca as regras do pas para o trabalho eram outras. Ele no pertencia a grupos vulnerveis, mas os pais o colocaram cedo, aos 12 anos, na Patrulha Mirim de Campo Grande. No demorou muito para que ele fosse contratado como jovem aprendiz.
Na poca era possvel o menor ter registro em carteira e isso foi meu impulso. Me ensinaram algumas profisses. No ano seguinte consegui meu primeiro emprego assinado, ainda com 12 anos, em um supermercado na Avenida Bandeirantes, fiquei por 5 anos, dois como patrulheiro. Com 15 anos a empresa me contratou, continuei at 1992 quando entrei na PM por concurso e estou at hoje. Ento, em 50 anos, s tive dois empregos. Tenho uma dvida de gratido com a instituio.
Em 2024, Carlos chegou cidade de Aquidauana, a 140 quilmetros da Capital e se encantou com as crianas. Ali, viu que poderia usar o projeto para mudar a realidade delas. Depois de um tempo, o tenente-coronel resolveu levar os mirins para conhecerem Campo Grande.
A atitude foi um sucesso entre os pais e a crianada, que visitaram recentemente o Bioparque Pantanal, foram ao shopping e conheceram o circo. No final do ano, Carlos recebeu uma surpresa dos alunos, foi escolhido como patrono da turma, ou seja, o grupamento de 2024 ou a se chamar Carlos Magno.
Como uma surpresa colocaram meu nome na turma, fiquei emocionado e depois eles chegaram e me presentearam com uma viatura, um fusca em miniatura da Polcia Militar, eu coleciono e me emocionei. Deus foi to bom que no final da minha carreira pude retribuir de alguma forma. Eu fiz questo de acompanhar eles nos eios e perguntei o que elas mais tinham gostado. Para minha surpresa, elas responderam que gostaram de andar na escada rolante. Muitos deles sequer tinham sado de Aquidauana.
Carlos acrescenta que, alm das palestras que abordam temas importantes como violncia contra mulher, domstica e no trnsito, o projeto tem objetivo de romper preconceitos das famlias contra polcia e, consequentemente, os filhos.
"As crianas demonstram esse medo por uma herana trazida pelos pais. Os adultos colocam isso nelas. Um dos objetivos se aproximar delas para que o ciclo seja rompido".
A realizao do tenente-coronel ver que as crianas mudaram ao longo do ano, e perceber que a alegria foi mais presente durante os encontros. "No comeo do ano encontramos umas crianas com um semblante e formamos 47 com outro semblante totalmente diferente".
Ele ressalta que, apesar de algumas pessoas acharem que o militarismo faz com que as crianas cresam mais rpido ou percam o "sentimento de ser criana", justamente ao contrrio. Os ensinamentos como disciplina e responsabilidade se juntam ao querer brincar que ainda continua. "Tnhamos momentos para tudo e para ser criana tambm, elas correrem sem motivo, brincarem".
FONTE: Campo Grande News Lado B