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Dia do jornalista: como frear escalada da violncia contra profisso 3y6z2h

Publicado em 07/04/2023 Editoria: Brasil


Especialistas defendem luta contra a impunidade
Gritos, empurres, socos. Mentiras, ameaas e intimidaes. Jornalistas aram a sofrer, em pleno expediente ou at fora dele, violncias de diferentes tipos que tentavam calar quem trabalha com a palavra e com a imagem.
No ano de 2022, segundo o mais recente relatrio divulgado pela Associao Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), profissionais no pas foram vtimas de 557 ataques, 23% a mais do que no ano anterior, o que demonstrou uma escalada sem precedentes de violncia.
Entidades que defendem a categoria avaliam que urgente e possvel reverter esse cenrio com a participao de diferentes setores da sociedade e de medidas do Poder Pblico.
O ano de 2022 foi marcado pela violncia poltica contra profissionais, com 31,6% das agresses relacionadas diretamente cobertura eleitoral. Na maior parte das ocasies (56,7%), segundo o documento, agressores foram agentes estatais, como gestores pblicos eleitos ou funcionrios pblicos, como as foras de segurana.
O relatrio de monitoramento da Abraji mostra muito claramente esse crescimento. importante dizer que esse fenmeno no uma exclusividade brasileira, mas, no Brasil, h particularidades, explica a presidente da Abraji, Katia Brembatti.
Descredibilizar a imprensa para que no seja um um fiscal efetivo de governo (uma das funes da atividade) teve uma prpria trajetria no pas. Foi mais acentuado a partir das jornadas de junho de 2013 e nos anos seguintes a partir de discursos polticos. Mas o que a gente viu a partir da campanha eleitoral de 2018 no tem precedentes, explica.
A violncia foi incorporada por pessoas comuns tambm. Houve uma relao entre as aes dos apoiadores ao discurso do ento presidente da Repblica Jair Bolsonaro (2018-2022). Muitas vezes, os apoiadores no ficavam s nos discursos, o que j grave, mas avam para a agresso fsica, afirma Katia Brembatti.
De acordo com a presidente da Federao Nacional dos Jornalistas, Samira de Castro, as agresses por parte das foras do estado contra jornalistas a partir das jornadas de junho de 2013 serviram de estopim perigoso.
Depois vimos crescer uma violncia que a gente pode caracterizar como generalizada na sociedade. So pessoas comuns que agridem jornalistas. Essas pessoas querem se basear em informaes fraudulentas readas pelas redes de mensagens, avalia.
As entidades avaliam que a escalada da violncia reversvel, ainda que reconheam que o cenrio de agresses no vai acabar de um dia para o outro.
Uma forma de reverter trabalhar pela sensibilizao dos poderes e de toda a sociedade. As discordncias deveriam ser embasadas em argumentos e no com a prtica de crimes. Outra mudana urgente lutar contra a impunidade, diz a presidente da Abraji.
Para as entidades, os setores devem agir tanto em conjunto quanto isoladamente. A gente tambm precisa de polticas pblicas, diz a presidente da Abraji, em entrevista Agncia Brasil.
As entidades avaliam como positiva a criao do Observatrio Nacional da Violncia contra Jornalistas e Comunicadores Sociais instalado pelo Ministrio da Justia.
Katia Brembatti entende que esse observatrio deve ser mais do que um contador de casos, ou enumerador de estatsticas, mas tambm uma poltica de tomada de providncias.
Para a presidente da Fenaj, Samira de Castro, a criao do observatrio foi um primeiro o importante. Esse observatrio vai ter um poder importante de avaliar as estatsticas, os casos, as denncias que chegam e, a partir desse levantamento, produzir um diagnstico para viabilizar essas polticas pblicas. Por isso, entende que essa medida ajuda a chancelar um protocolo nacional de segurana em prol da categoria e contra a impunidade. Podem, por exemplo, fazer articulaes junto ao Congresso Nacional para que se aprove uma lei federalizando as investigaes de crimes contra jornalistas
Para a presidente da Abraji, o Brasil precisa que a polcia, o Ministrio Pblico e o Poder Judicirio estejam atentos para o fato de que esses casos no so violncias comuns.
Quando voc ataca uma profissional de imprensa, se ataca o que essa pessoa faz e a democracia. Para uma reverso do cenrio, preciso que exista uma rede de e para as pessoas atacadas porque elas precisam saber quais so os seus direitos e saber como recorrer.
Estar atento s vulnerabilidades das regies tambm fundamental. O que a gente percebe que os principais alvos esto em cidades pequenas, em que a disputa poltica costuma ser muito acirrada", afirma.
"At pouco tempo atrs, o Brasil no era, em geral, um lugar perigoso para ser jornalista. Hoje virou quase uma questo de guerra ir pra rua, diz a presidente da Abraji.
Violncia contra a mulher
No ano de 2022, foram registrados 145 ataques explcitos de gnero com agresses contra mulheres jornalistas. As presidentes das entidades entendem que, alm dos nmeros, necessrio contextualizar que a gravidade da agresso mais cruel e virulenta. ]
H ataques contra a reputao das mulheres jornalistas e especialmente contra as mulheres jornalistas pretas. Elas so vtimas de agresses recorrentes graves e que vo minando a sade mental dessas profissionais.
Um divisor de guas a respeito da escalada da violncia ocorreu nos atos terroristas de 8 de janeiro. Um outro dossi publicado neste ano pela Abraji contabilizou, ao menos, 45 agresses contra jornalistas da data dos atentados at o dia 11 daquele ms .
Aquele dia foi trgico. Espero que seja um dia histrico e que jamais se repita. A gente sabe que esse movimento de ampliao das agresses, que foi construdo ano a ano, no desaparece do dia pra noite, mas temos esperana que isso diminua, avalia Ktia.


FONTE: Agncia Brasil

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