Ela foi presa por desacato e resistncia; namorado por estar com pistola e farta munio
Mulher de 33 anos, pintora e garota de programa, relata a batalha que enfrenta para denunciar estupro em um condomnio de luxo, na sada para Trs Lagoas, em Campo Grande. Ela destaca que o fato de ser mulher, somado ao histrico de agens dela pela polcia e o namorado portar uma pistola, dificultaram a denncia.
A denunciante alega que, madrugada de domingo (9), foi atender um cliente empresrio com agem policial e vrios registros de confuso - e que este lhe ofereceu um drinque.
&39;&39;Eu fiquei zonza e lembro de apenas algumas situaes. Sei que apareci nua e gritando na rua do condomnio&39;&39;, relata.
A portaria do residencial acionou a Polcia Militar. No boletim de ocorrncia, os militares relatam que a mulher estava agressiva, xingou a equipe e resistiu priso. Ela teria at quebrado o compartimento de presos.
A confuso aumentou quando um homem, pintor de 37 anos, que seria o convivente dela, chegou ao local e tentou impedir a priso.
Os PMs o revistaram e encontraram uma pistola Glock e farta munio, sendo ele preso tambm. O suspeito tem vrias condenaes por furto e roubo qualificados.
Vtima tentou denunciar estupro, mas no conseguiu
A profissional do sexo alega que o pintor foi socorr-la, j que sempre manda a localizao dos pontos de atendimento para ele, por questes de segurana.
&39;&39;Quero ser ouvida, quero ter voz para saber o que aconteceu comigo naquela casa&39;&39;, desabafa a denunciante.
Ela foi presa por desacato e resistncia, mas foi solta em audincia de custdia.
&39;&39;Eu gritei, ajoelhei na delegacia [Depac Cepol] tentando provar que foi dopada e possivelmente abusada&39;&39;, comentou.
O convivente foi preso em flagrante e teve priso preventiva decretada em audincia.
A reclamante exibiu fotos com hematomas e ou por exames de corpo de delito, que comprovaram leses recentes.
O registro policial traz que foi necessrio uso progressivo de fora, j que a suspeita estava descontrolada e agressiva. Ela recebeu at spray de pimenta na viatura.
&39;&39;Eu gritei muito na delegacia... fiquei at sem voz. At agora [quatro dias depois] estou com dores&39;&39;, revelou a trabalhadora, que tambm tem agens pela polcia, inclusive por estelionato.
Vtima tentou denunciar estupro, mas no conseguiu
Na denncia, a pintora diz que, no momento da confuso, foi acusada de tentar furtar ou roubar a residncia do cliente junto com o convivente. Mas nega, e garante que foi abusada. Ela se esforou e fez questo de conseguir exames toxicolgico e sexolgico na Casa da Mulher Brasileira. Apenas cinco dias aps o caso, ela conseguiu ser avaliada.
Apesar dos percalos, a vtima diz que finalmente conseguiu ser ouvida na Delegacia Especializada de Atendimento Mulher e cr que o inqurito vai seguir, mesmo com exames feitos dias aps a ocorrncia.
&39;&39;Ao buscar amparo da polcia, muitas mulheres se deparam com indiferena, desinteresse ou at mesmo a re-vitimizao, como aconteceu no meu caso. A sensao de ser desconsiderada e desrespeitada profundamente dolorosa, pois, ao invs de encontrar proteo, a vtima muitas vezes tratada com descrdito e hostilidade&39;&39;, refletiu a vtima.
FONTE: Top Mdia