Mes de crianas com deficincia, chamadas de atpicas, lutam diariamente para que seus filhos tenham seus direitos respeitados. Dando voz a essa luta, os deputados usaram a fala durante a sesso plenria da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) para cobrar do poder pblico mais ateno educao especial e sade bsica.
Pedro Kemp (PT) iniciou o assunto na tribuna, relembrando que antes de atuar no Legislativo foi psiclogo da Rede Pblica de Ensino, atendendo famlias de crianas com deficincia. Fico bastante comovido e a minha indignao que acompanho os grupos de mes, em que cansei de v-las chorando em reunio, dizendo que vo at o CEM ou Secretaria de Sade, atrs de fralda, leites especiais, sondas e no conseguem. H mais de dois anos &39;batem com a cabea na porta&39; e escutam que est em falta, est em licitao. E eu vou falar para meu filho ficar 90 dias sem comer? So mes que no tem condies financeiras, lamentou.
Segundo o deputado h leite especial que custa R$ 180 a lata e dura para apenas trs dias. Faam as contas de quanto precisa, sendo que essa me vive com o Programa Cuidar de Quem Cuida, que d para ela R$ 900 por ms. Sabe o que significa isso? Se ela usar todo o benefcio no d para comprar metade das latas que precisam no ms. S sente a dor quem a por essa situao. Elas tm que abrir mo da sua prpria vida para cuidar desses filhos 24 horas por dia. Eu me comovo. Elas se deitam e pensam que no conseguiram atendimento. Se levantam e pensam: ser que vou ter foras para que meu filho consiga se alimentar">As deputadas Gleice Jane (PT) e Lia Nogueira (PSDB) tambm pediram ateno redobrada s pessoas com deficincia e s suas cuidadoras. Elas lutam para garantir o mnimo, que a alimentao. muito absurdo a gente estar debatendo uma coisa dessas. O Estado responsvel por garantir qualidade de vida a essas pessoas, disse Gleice. A gente v esse desmonte na educao inclusiva que no de hoje. Semana ada eu trouxe o caso de Amamba, que os professores de apoio foram desligados, ou seja, vemos que a poltica social no est sendo efetivada. uma luta constante, tudo tem que recorrer na Justia, seno o poder pblico no faz o dever de casa. So relatos de chocar. Muitas que querem acabar com a prpria vida, porque ningum as ouve. Essa uma bandeira que a gente levanta na ALEMS, mas as leis avanas e os municpios tambm precisam ser parceiros, reivindicou Lia.
FONTE: AL MS