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El Nio provoca situao climtica extrema em MS, com alerta para incndios 4du1k

Publicado em 21/02/2024 Editoria: Regio


Com influncia direta do fenmeno El Nio, a situao climtica extrema e atpica em Mato Grosso do Sul pode contribuir para a ocorrncia de incndios florestais no Pantanal e nos outros biomas do Estado Cerrado e Mata Atlntica.

As chuvas esto abaixo da mdia em todo o Estado desde dezembro de 2023, e a previso de que o dficit de precipitao persista e provoque danos ambientais, com ampliao de rea seca e intensificao de casos de incndios florestais.

O meteorologista Vincius Sperling, do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul), explica que em todo o Estado, com as chuvas abaixo do esperado h quase trs meses, a situao deve se agrave nos prximos meses. Os dados so consolidados a partir do monitoramento de 48 municpios, com informaes do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), ANA (Agncia Nacional de guas e Saneamento Bsico) e Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).

Em dezembro, de 2023, tivemos chuvas abaixo da mdia histria em 39 municpios analisados. J em janeiro deste ano, a situao no foi diferente, em 41 municpios houve dficit de precipitao. Sem acmulo de gua no solo, os rios esto com nveis mais baixos, reflexo da falta de chuva, pontua o meteorologista.

A situao crtica persiste desde o incio do ano, nos 15 primeiros dias do ms de fevereiro, praticamente todos os municpios monitorados tiveram chuvas abaixo da mdia. Com exceo de Porto Murtinho, que teve 164 milmetros, mas 100 milmetros caram em apenas um dia, foi um evento atpico que fez com que a mdia subisse. De forma geral, o impacto da falta de chuva aparece nos indicadores de seca, que tem se intensificado em todo o Estado, afirma Sperling.

No Pantanal, de acordo com a anlise do Cemtec, a rea com seca foi intensificada no perodo que deveria ser mais chuvoso, entre dezembro e janeiro. Desde novembro a gente observou o avano da seca, com piora em janeiro por conta das chuvas muito abaixo do ideal. Isso tudo resulta em aumento dos focos de calor, incndios florestais, em todos os biomas presentes em Mato Grosso do Sul, disse o representante do Cemtec.

Mudanas climticas

O El Nio alterou as condies de temperatura e precipitaes, com anomalias que provocaram situaes extremas - de mximos e mnimos volumes - de chuvas, umidade relativa do ar, alm de calor.

Fabiano Morelli, pesquisador do Programa de Monitoramento de Queimadas por Satlites do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), explica que em dezembro de 2023, boletim mensal sobre o fenmeno El Nio j apontava previso de condies mais secas do que o normal durante o ms de janeiro deste ano.

A anlise explica toda a situao do El Nio. A quantidade de chuvas tem sido abaixo do esperado em toda a regio central do Brasil, e a temperatura est acima da mdia. O fenmeno age nos perodos secos e quentes, mantendo a situao assim no centro do Pas, e provocando precipitaes intensas, com inundaes e enchentes no sul, explicou Morelli.

O relatrio do Inpe, elaborado em conjunto com Inmet, ANA e Cenad (Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres), apresentou o monitoramento e previses sobre o fenmeno em 2023, e tambm informou sobre possveis impactos este ano.

Alm de apontar que os baixos volumes de chuva previstos aliado a irregularidade espacial das mesmas , em Mato Grosso do Sul, contribuiriam para manter o armazenamento hdrico em nveis mais baixos. A situao colaborou para a ocorrncia de incndios florestais fora da poca crtica das queimadas no Pantanal que geralmente ocorrem entre os meses de julho a outubro.

Durante o ms fevereiro e em maro, a previso de que a situao persista, com chuva escassa e influncia direta na regio Sul, alm de So Paulo e Mato Grosso do Sul.

O El Nio se manifestou muito forte a partir do perodo final de outubro e novembro. Foi uma situao atpica, com grande seca, inclusive no Rio Amazonas e em Manaus, com muita fumaa. A situao anmala tem influncia nas secas significativas e provavelmente interferiu ciclo hidrolgico, no transporte de chuva da Amaznia para a regio central e sudeste do Brasil, disse o pesquisador do Inpe.

O sistema de monitoramento dos Focos Ativos por Bioma, do Inpe, mostra que no ms de janeiro deste ano foram registrados 369 focos detectados por satlite no bioma Pantanal em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso , enquanto no mesmo perodo de 2023 foram 103. Em comparao com o ms de janeiro nos ltimos seis anos, a quantidade de focos em 2024 supera a registrada em 2020, com 226 e fica atrs apenas de 2019, com 542.

Mais 58% dos focos registrados em janeiro, foram em Mato Grosso do Sul e os municpios que tiveram maior quantidade de casos foram Corumb (1), Aquidauana (3) e Miranda (5).

Preveno e resposta

Este ano, o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul j atuou em dois incndios de grandes propores, na Serra do Amolar - no Pantanal -, e na regio do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro, em Miranda.

As mudanas climticas esto acontecendo. Um reflexo so esses incndios, por exemplo, em janeiro, que um ms comumente de chuvas na regio. Porm, j atuamos em dois grandes incndios este ano. E tivemos tambm na temporada de 2023, no ms de novembro, um crescimento absurdo dos focos de calor e incndios aqui no Estado. Ento a gente est se preparando cada vez mais, para que no momento de resposta a gente consiga dar um melhor atendimento, mais rpido a este tipo de emergncia, explicou a tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora de Proteo Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar, que realiza o monitoramento dos incndios florestais no Estado.

O trabalho dos bombeiros realizado por terra e ar, com utilizao de aeronaves para combate s chamas em locais de difcil o e transporte de equipes. A atuao tambm conta com uso de tecnologia drones e georreferenciamento , que torna o trabalho de controle e extino do fogo mais efetivo.

Desde o ms de janeiro, o Governo do Estado j prepara aes preventivas e de resposta, para garantir que o combate aos incndios em todos os biomas Pantanal, Cerrado e Mata Atlntica seja eficiente.

"Toda essa logstica faz com que o Mato Grosso do Sul, tenha se tornado nos ltimos anos, uma referncia na proteo ambiental, tambm com investimento da capacitao profissional, materiais, tecnologia. Tudo para dar uma resposta ainda melhor", finalizou a tenente-coronel Tatiane Inoue.



FONTE: Comunicao Governo de MS

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