Programa do SUS contribui para reduo de mortalidade por sepse 1h6m6f
Publicado em 27/12/2023
Editoria: Sade
Mortalidade pela infeco generalizada de 60% no Brasil
Uma iniciativa criada no mbito do Sistema nico de Sade (SUS), com a participao de hospitais sem fins lucrativos, vem contribuindo para a reduo dos bitos em decorrncia de sepse, uma infeco generalizada.
Por meio dela, foram capacitados entre 2021 e 2023 cerca de 6 mil enfermeiros e assistentes de enfermagem que atuam em 59 municpios de 22 estados brasileiros. Como resultado, o nmero de mortes de pacientes com sepse atendidos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) envolvidas teve queda de 46%.
Batizada de Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema nico de Sade (Proadi-SUS), a iniciativa surgiu em 2009, gerida pelo Ministrio da Sade, e conta com a participao de seis hospitais sem fins lucrativos que so referncia em qualidade mdico-assistencial e gesto: Hospital Alemo Oswaldo Cruz, Beneficncia Portuguesa de So Paulo (BP), Hospital do Corao (HCor), Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Srio-Libans.
O intuito apoiar e aprimorar a sade pblica atravs da capacitao de recursos humanos, de pesquisas e avaliaes e da incorporao de tecnologias, de inovaes em gesto e de assistncia especializada.
Os recursos do Proadi-SUS so garantidos por meio de imunidade fiscal concedida aos hospitais participantes. Cada um deles pode se envolver em diferentes frentes de atuao. Um deles o Projeto Sepse, implementado por meio de parceria firmada em 2018 entre o Ministrio da Sade e o Hospital Srio-Libans.
O objetivo principal preparar os profissionais para identificar e tratar precocemente os pacientes com suspeita de sepse. Ao todo, foram atendidas 84 UPAs, nas quais os enfermeiros e os assistentes de enfermagem puderam se capacitar e usufruir da expertise do Hospital Srio-Libans.
Sepse
A sepse envolve manifestaes graves no organismo em decorrncia de uma infeco. No h sintomas especficos, mas febre, taquicardia, fraqueza extrema, tonturas, presso baixa, reduo na funo dos rins, falta de ar e sonolncia so sinais que devem ser analisados com ateno.
Na sepse, o organismo desenvolve uma resposta inflamatria para tentar combater o agente infeccioso. No entanto, essa resposta pode acabar comprometendo o funcionamento de diferentes rgos, levando a um quadro de falncia mltipla.
A Organizao Mundial da Sade (OMS) estima que ocorrem anualmente 11 milhes de bitos em decorrncia de sepse, sendo muitas vtimas crianas e idosos. No Brasil, as estimativas apontam para aproximadamente 240 mil mortes ao ano. Qualquer tipo de infeco, seja ela leve ou grave, pode evoluir para a sepse.
Muitos casos resultam de um agravamento de pneumonia ou de infeces abdominais ou urinrias. A sepse uma emergncia mdica e seu tratamento deve ser priorizado. As medidas adotadas nas primeiras horas so consideradas fundamentais. O agravamento do quadro clnico muitas vezes ocorre devido ao atraso no reconhecimento da sepse e ao incio tardio do tratamento.
Segundo consta no portal do Proadi-SUS, a taxa de mortalidade por sepse no Brasil de aproximadamente 60%, sendo superior de outros pases semelhantes no mundo e bem acima do encontrado em naes desenvolvidas, onde os percentuais giram em torno de 20%.
Em nota divulgada pelo Proadi-SUS, a coordenadora de projetos no Hospital Srio-Libans, Giselle Franco, avaliou que os bons resultados obtidos com o Projeto Sepse atestam a eficcia dos protocolos implementados. " necessrio que esse problema seja visto com mais ateno, tornando o diagnstico e tratamento mais gil", acrescentou.
FONTE: Agncia Brasil
