Mortos em operao da Segurana Publica no Guaruj chegam a 16 h432t
Publicado em 02/08/2023
Editoria: Brasil
Polcia Miliar prende ltimo suspeito por morte de soldado da Rota
A Secretaria de Segurana Pblica do estado de So Paulo (SSP-SP) informou que o ltimo envolvido na morte do policial das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) foi preso na madrugada desta quarta-feira (2), em Santos. Ele irmo do homem apontado pela pasta como autor do disparo que matou o policial, preso no domingo (30).
De acordo com a SSP, o suspeito se entregou para os agentes da equipe PM Vtima da Corregedoria da Polcia Militar (PM). Como havia um mandado de priso em aberto contra ele, o homem foi preso aps prestar depoimento.
Alm dos irmos, a polcia prendeu um homem na sexta-feira (28) por participao no crime. No mesmo dia, um homem que tambm teria participado do assassinato do policial foi morto pela PM.
Mesmo aps essa priso, a SSP informou que a Operao Escudo segue para sufocar o trfico de drogas e desarticular o crime organizado. Na segunda-feira (31), o secretrio da pasta afirmou que a operao ter durao de no mnimo 30 dias.
Sobe para 16 o nmero de mortes na Baixada Santista
O nmero de mortos por policiais militares durante a Operao Escudo subiu para 16, informou a Secretaria de Segurana Pblica (SSP) do estado de So Paulo.
Iniciada aps o assassinato do policial Patrick Bastos Reis, soldado das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), a operao o evento mais violento da Baixada Santista desde a ocorrncia dos Crimes de Maio, em 2006. A avaliao do presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Dimitri Sales.
Na ocasio, em resposta a ataques articulados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), agentes do estado e grupos de extermnio saram s ruas para retaliao. Foram 564 pessoas mortas e 110 feridas em todo o estado, de 12 a 21 de maio daquele ano. Do total, 505 mortos eram civis e 59, agentes pblicos.
O governador Tarcsio de Freitas tem reiterado, desde a divulgao dos primeiros bitos, que no h excesso da fora policial na operao. A avaliao [do Condepe] que de fato o nmero de mortos confirma o que a gente tem dito: que se trata de chacina. E ainda atesta a irresponsabilidade do governador, que no est amparado em nenhum laudo pericial para refutar as denncias de tortura e de execuo sumria. Com isso, ele est legitimando essa onda de violncia, disse Sales.
Freitas e o secretrio de Segurana Pblica, Guilherme Derrite, afirmaram, em coletiva de imprensa na ltima segunda-feira (31), que as denncias de tortura - um dos mortos teria marcas de queimadura de cigarro - eram narrativas.
Nenhuma denncia de tortura pode ser desconsiderada, o estado tem o dever de apurar as denncias que chegam. O papel da Ouvidoria da Polcia e do Condepe ser o canalizador das denncias. Voc no pode, de pronto, dizer que se trata de uma narrativa como se houvesse uma disputa ideolgica ou uma disputa poltica, ns estamos falando de 14 mortes [at ontem] provocadas no coincidentemente aps a morte de um policial, apontou Sales.
Segundo ele, denncias de maus-tratos, de tortura e de execues sumrias cometidos no mbito da Operao Escudo esto sendo desconsideradas pelo governador. Os corpos atestam que no tem disputa de narrativa. H mortes que tm que ser contidas, h uma onda de violncia em que policiais tambm esto sendo alvejados. Me parece que preciso responsabilizar o governador sobre essas mortes e essa onda de violncia, acrescentou.
Na entrevista imprensa, Tarcsio de Freitas criticou a divulgao de mortes alm dos nmeros oficiais. um monte de gente falando um monte de coisa que no procedente. Chega um camarada e diz ah, morreram tantas pessoas, no sabe nem o que aconteceu. Ah, tenho relatos que morreram muito mais pessoas do que esto sendo notificadas, falso. falso, no tem informao correta, no est interpretando corretamente o que est sendo registrado no boletim de ocorrncia, ns estamos trabalhando com toda a transparncia, disse o governador na ocasio.
No entanto, os nmeros divulgados pela SSP tm aumentado e ultraaram aqueles divulgados pela Ouvidoria de Polcia. Na segunda-feira, o governo informou que eram oito mortos, enquanto a ouvidoria informava dez. Na coletiva de ontem o prprio governador confirmou 14 mortes de civis decorrentes da operao, at aquele momento.
Quando ele tenta descredenciar a atuao da ouvidoria, do conselho e dos movimentos sociais, os nmeros que se seguem desmentem o prprio governador. muito importante que a gente fique atento porque a onda de violncia tem que ser contida urgentemente, apontou o presidente do Condepe. Ele alerta que as aes de revide podem desencadear uma situao incontrolvel, semelhante ao que ocorreu em maio de 2006.
Em relao continuidade da Operao Escudo, confirmada pela SSP na manh de hoje, apesar da priso do ltimo suposto envolvido na morte do soldado da Rota, Sales avalia que ela no se justifica. Se a questo era prender os responsveis pela morte de um policial, eles esto presos. Qual a razo de se manter essa operao? A secretaria [SSP] no tem argumentos que consigam sustentar isso. Da minha parte, parece que abusiva essa operao nos moldes em que est acontecendo agora, finalizou.
FONTE: Agncia Brasil