MI do Golpe aprova requerimentos para ouvir 35 pessoas ln5l
Publicado em 13/06/2023
Editoria: Brasil
A Comisso Parlamentar Mista de Inqurito (MI) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro aprovou, nesta tera-feira (13), os primeiros 223 requerimentos com solicitaes de informaes e de oitivas de testemunhas envolvidas com as aes que tiveram incio aps o segundo turno da eleio de 2022. Desses requerimentos, 35 so para ouvir pessoas na condio de testemunhas.
Entre as oitivas aprovadas, esto a de Braga Netto, ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro, Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurana Institucional (GSI), Anderson Torres, ex-ministro da Justia e Segurana Pblica e que ocupava a Secretaria de Segurana do Distrito Federal no dia 8 de janeiro, alm de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e Jorge Eduardo Naime Barreto, coronel responsvel pelo Departamento Operacional da PM-DF.
A relatora da Comisso, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), opinou que as oitivas devem comear, na prxima semana, por Anderson Torres e Mauro Cid.
Vejo que so dois nomes que tm uma relao muito direta com os fatos que se iniciaram no ps-eleio, a partir de 30 de outubro, at o dia oito de janeiro. Os dois tm papel fundamental e vejo que temos que iniciar por eles.
Dos 39 nomes apresentados para serem ouvidos pela MI, quatro no foram aprovados na sesso. So eles: Gonalves Dias, ex-ministro do GSI do atual governo; Ricardo Cappelli, interventor da segurana pblica do DF aps os atos golpistas; Saulo Moura Cunha, ex-diretor-adjunto da Agncia Brasileira de Inteligncia (Abin) nomeado pelo atual governo; e Flvio Dino, atual Ministro da Justia e Segurana Pblica.
O deputado da oposio Marco Feliciano (PL-SP) criticou a retirada desses nomes: o general Gonalves Dias, aquele que deu gua aos manifestantes l dentro do GSI, o governo no quer que o convoquemos aqui.
Segundo a relatora, a retirada dessas pessoas segue uma estratgia. Temos uma lgica e organizao cronolgicas. No plano de trabalho eu cito o Gonalves Dias, como cito outras personalidades que julgo importantes de serem ouvidas. Temos seis meses de trabalho. Algum que eventualmente no foi aprovado nessa primeira rodada ser, em uma segunda rodada, e tenho certeza que todos sero ouvidos pela Comisso, justificou Eliziane.
Requerimentos da oposio
A base governista, que tem maioria na comisso, aprovou todos os requerimentos defendidos pela relatora da MI. Em seguida, excluiu 63 requerimentos apresentados pela oposio, muitos dos quais com contedo idntico.
Entre os requerimentos rejeitados, estavam o que pedia o ao teor das imagens de todas as cmeras do circuito interno do Ministrio da Justia e Segurana Pblica. Outro pedido era para ter o s imagens do Itamaraty.
Havia ainda requerimento pedindo o a todos os documentos que deram origem viagem do presidente Luiz Incio Lula da Silva cidade de Araraquara (SP) no final de semana do dia 8 de janeiro, com planos de voos e de segurana da viagem.
Naquela data, Lula foi cidade paulista conferir os estragos provocados pela chuva no municpio. Por trs desses pedidos, est a tese defendida pela oposio na MI de que o governo federal teria se omitido durante o 8 de janeiro.
O deputado federal Filipe Barros (PL-PR) criticou a rejeio, em bloco, desses requerimentos. Esses so requerimentos que ns da oposio estamos pedindo e o governo quer rejeitar. E, pior de tudo, querem rejeitar de uma vez s. Ento, ns queremos aprovar todos esses requerimentos para que essa investigao seja uma investigao sria e no tendenciosa, afirmou.
J deputado Rubens Pereira Jnior (PT-MA) citou que vrios requerimentos da oposio foram aprovados pela maioria. Ns votamos favorveis a quatro requerimentos do deputado Marco Feliciano. Ele virou base do Governo agora? No. Quatro do deputado Nikolas Ferreira ns votamos favorveis. No h essa histria de que o governo est rejeitando todo e qualquer requerimento da oposio, argumentou.
J o deputado Pastor Henrique Viera (PSOL-RJ) defendeu que alguns requerimentos da oposio querem desviar o foco dos trabalhos. Ns queremos rejeitar requerimentos que fogem lgica do roteiro, fogem lgica do plano de trabalho, desvirtuam um trabalho investigativo e desviam o foco da verdade e do contexto anterior ao golpe, justificou.
FONTE: Agncia Brasil