A cada 19 horas uma pessoa morta no Brasil por causa de orientao sexual 5b2b2u
Publicado em 19/05/2019
Editoria: Brasil
Representantes da comunidade LGBTI denunciaram, nesta semana, em um debate na Comisso de Direitos Humanos (CDH) que, a cada 19 horas, uma pessoa assassinada no Brasil por causa de sua orientao sexual ou identidade de gnero. A reunio ocorreu em celebrao do Dia Internacional de Enfrentamento LGBTIfobia, lembrado na sexta-feira, 17 de maio.
Tathiane de Arajo, presidente da Rede Trans Brasil, entidade nacional que representa pessoas travestis e transexuais do Brasil, ressalta que a maior parte dos assassinatos ocorrem em via pblica e no perodo noturno.
De todos os casos catalogados em 2018, das mortes, 89 dessas foram em via pblica. Todas, em maioria, noite, em um espao em que essa pessoa tenta sobreviver e assassinada, muitas das vezes, de forma brutal, cruel, relata.
Amanda, moradora de Colombo, regio metropolitana de Curitiba, de 24 anos, homossexual, e faz parte da estatstica de pessoas LGBTI que j sofreram com o preconceito por conta de sua orientao sexual.
Eu fui mandada embora logo depois que a minha esposa foi me encontrar no trabalho e eu a cumprimentei, na frente do meu ambiente de trabalho, com um selinho. Logo depois que eu retornei do meu horrio de pausa, eu fui chamada pelo RH para ser mandada embora, conta.
J a histria de Camila Oliveira, de 48 anos, moradora de Ipatinga, Minas Gerais, envolveu violncia fsica pelo fato de ela ser transexual.
Eu estava indo comemorar o meu aniversrio com os meus amigos do trabalho onde eu trabalhava e, simplesmente, fui abordada por dois rapazes num bicicleta e eles, por transfobia, comearam a me agredir do nada. Eu tentei correr, eles quebraram meu brao, meu dedo e o meu nariz, disse.
No debate, que ocorreu na Comisso de Direitos Humanos, o presidente da Aliana LGBTI+, Toni Reis, deu os dados da Pesquisa Nacional sobre o Ambiente Educacional, relacionados s experincias de estudantes LGBTI+. Segundo ele, 36% das pessoas so agredidas fisicamente e 60% se sentem inseguros de ir escola. Outro dado alarmante que esse grupo agredido no Brasil a cada duas horas.
neste sentido que ns estamos reivindicando a criminalizao da LGBTIfobia e tambm que as escolas discutam o respeito. Todas as pessoas devem ser respeitadas: mulheres, negros e negras, lsbicas, gays, bissexuais e pessoas trans devem ser respeitadas. isso que ns queremos: o respeito, enfatiza.
No evento, o senador Styvenson Valentim assinou a carta da diversidade, que assegura o dilogo entre os parlamentares e as causas LGBTI. J os convidados disseram esperar que o Supremo Tribunal Federal (STF) enquadre a discriminao por orientao sexual e identidade de gnero como crime. O julgamento iniciado em 13 de fevereiro deve ser retomado no dia 23 de maio. Quatro ministros, at agora, votaram a favor da criminalizao da LBTIfobia.
FONTE: Agncia do Rdio Mais