Desafio ampliar o o a sade e apostar no campo digital, diz secretrio de Sade k4g4j
Publicado em 11/01/2023
Editoria: Sade
Com currculo renomado na iniciativa privada, o novo secretrio estadual de Sade, Maurcio Simes Corra, aceitou a misso de comandar esta pasta que interfere diretamente na vida do sul-mato-grossense. Ele planeja trazer para o setor pblico a experincia como gestor, dando celeridade nas aes e apostando em inovaes e no campo digital para sade pblica.
Em entrevista ao Portal do Governo do Estado, destacou que vai continuar a regionalizao na sade, ajudar os municpios por meio de parcerias e apostar em tecnologias digitais, como o teleatendimento. Ainda ponderou que sua meta ampliar o o a sade para populao e melhorar as condies de trabalho aos profissionais. Vim exercer aquilo que fui treinado ao longo da vida, o que eu sei fazer melhor que ateno sade.
O novo secretrio construiu uma longa carreira no setor istrativo como diretor-presidente da Unimed Campo Grande. Tambm j atuou em outras instituies como a Unicred, foi presidente-fundador da Fundao Miguel Cout e vice-presidente da Regio Centro-Oeste da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabea e Pescoo (SBC). Ainda lecionou no curso de Medicina da Uniderp. Confira a entrevista:
Quais so os principais desafios e metas a frente da Secretaria de Sade?
O desafio enorme, sade um assunto extremamente srio, uma grande necessidade da nossa sociedade. Mato Grosso do Sul um estado em franco desenvolvimento, com uma grande extenso territorial, mas com muitos vazios assistenciais. Eu que milito h 30 anos na prtica mdica no Estado, conheo as necessidades e carncias, entre elas do interior, que muitos buscam o melhor tratamento na Capital. Tenho repetido aqui na Secretaria para nossos colaboradores e funcionrios, que eu gostaria ao trmino do meu mandato minimamente ter melhorado as condies de trabalho aos profissionais de sade e de o aos pacientes a sade aos pacientes. H 30 anos percebi estas dificuldades como um prestador de servio mdico. Se ao final do meu mandato tiver melhorado muito as necessidades do cidado na sade e facilitado o o do cidado ao servio de sade, ento terei cumprido meu desafio.
O senhor tem uma vasta experincia na iniciativa privada, vai trazer este conhecimento para gesto pblica?
Eu tenho este conhecimento da iniciativa privada, mas este um novo desafio, pois se tratam de estruturas totalmente distintas do ponto de vista organizacional. A sade a mesma, o ser humano tambm, mas a organizao diferente. Trazer os conceitos e as decises do servio privado ser o desafio. Dentro das minhas primeiras iniciativas aqui na pasta j tenho provocado a equipe tcnica de sade para que se permitam pensar em decidir e fazer gesto de uma forma diferente, dentro dos instrumentos legais que regem o servio pblico, mas que aumente a celeridade das tomadas de deciso, para que o cidado perceba isto. Um grande desafio pela frente.
Uma das grandes metas do governador continuar a regionalizao da sade no Estado. Quais so os planos para esta misso?
Foi uma das grandes misses que o governador nos solicitou, para que avanssemos nesta regionalizao, sendo mais um grande desafio por termos um Estado extenso territorialmente, ainda com segmentos com dificuldades de o at de mobilidade, com pacientes seguindo muitas vezes pelas estradas atrs de sade. As distancias so enormes entre os municpios. O que precisamos trabalhar um pouco este conceito do que seja a descentralizao da sade. Prefiro continuar trabalhando a palavra o. Porque posso estar com um paciente l no Conesul, Leste ou Oeste, e oferecer a ele uma informao de sade que certamente vai fazer com o que o caso deixe de se tornar uma urgncia, para ser um procedimento eletivo. Temos ferramentas no mundo digital, que foi explorado muito na pandemia, como a digitalizao da sade, atravs da telesade tem sido um exemplo neste sentido, pois pode levar sade s periferias do Estado sem estar necessariamente no local, com o especialista dando todo e, ando informao relevante, que vai chegar atravs do teleatendimento. Este sistema j existe aqui, inclusive j estive nesta semana na Escola de Sade Pblica, conheci o servio de teleatendimento do Estado, fiquei encantado em ver que temos um embrio j muito bem formado. Uma das tarefas ser ajudar a desenvolver esta tecnologia, ter esta ateno sade digital.
Como o senhor planeja desenvolver as atividades de combate a covid-19, em relao a monitoramento, preveno e vacinas?
Acreditamos que vamos viver um momento tenso neste comeo de janeiro por conta das festas do final do ano. O importante focar no apenas no tratamento e preveno, mas fundamentalmente no comportamento humano. Precisamos insistir no cuidado da higiene das mos, utilizao das mscaras, evitar grandes aglomeraes, porque no apenas a covid, mas previne inmeras outras doenas, outras patologias virais, algumas que nem tm vacinas. Ento importante que a gente reinsira na discusso no dia a dia do cidado a questo da preveno, do cuidado individual da sade. Sobre as vacinas (covid) ns temos ainda um estoque pequeno, mas j existem vacinas encomendadas para chegar ao Brasil e ao Estado.
Estamos na poca de chuvas e outra grande preocupao sobre a dengue. Como vai ser este cuidado e conscientizao da populao?
Teremos mais uma campanha de conscientizao contra dengue. Neste momento o que mais me encantou no combate dengue foi conhecer o mosquito (Wolbachia), nesta parceria entre Governo e prefeitura. Quando esta iniciativa chegar aos quatro cantos do Estado certamente estaremos bem em um futuro breve, mas os cuidados precisam continuar, chamando ateno da populao para evitar a proliferao do mosquito. natural que todas as vezes que surge um adversrio maior na sade, como a covid, muitos relaxem com aqueles que parecem menores ou estejam sob controle, mas as chuvas chegaram e as pessoas precisam fazer a sua parte. O combate dengue um dever do Estado, mas uma tarefa de cada cidado.
Muitas aes sero feitas em conjunto com o Ministrio da Sade. Como o senhor pretende travar este dilogo e construir esta relao?
J fao parte do Conselho Nacional de Secretrios Estaduais de Sade, j me incluram no grupo (whatsapp). Estamos preparando um primeiro encontro em Braslia ainda neste ms. Tambm agendamos uma srie de visitas aos escritrios e inclusive ao Ministrio da Sade. Pretendo ter o melhor relacionamento possvel com o Ministrio da Sade. Temos informaes que a ministra (Nsia Trindade Lima) uma profissional habilitada para o cargo, o que nos enche de esperana para termos um bom relacionamento.
O governador destacou que pretende ajudar na sade bsica dos municpios. Quais so as aes previstas para viabilizar estas parcerias?
uma das misses que nosso governador nos colocou, de ter um relacionamento franco de cooperao com os municpios. Ainda estou mapeando, no conheo todas as regies do Estado, principalmente as microrregies. Esta semana j recebei alguns prefeitos e prometi ir conhecer a estrutura de sade deles, pois no tem como desenhar uma poltica vel sem conhecer as diferentes necessidades. Somos um Estado heterogneo principalmente em relao as caractersticas das macrorregies. Minha expectativa andar por todos estes municpios, para que possa mapear, planejar e buscar uma poltica de resultados. Sem planejamento no vamos a lugar nenhum. Inteno trabalhar de forma coletiva.
Qual o planejamento do senhor em relao ao Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. As demandas e aes para unidade?
Mais uma demanda que o governador nos ou, sobre dar uma ateno especial ao HRMS. Afinal de contas o maior hospital do Estado em direta gesto da Secretaria de Sade. Estou conhecendo a estrutura da pasta e no momento oportuno vou imergir l dentro do hospital durante um bom perodo, para conhecer muito bem a estrutura. Tenho muitos colegas que trabalham l e j me abordaram sobre diversos aspectos da unidade. Eu particularmente sou um mdico especializado em medicina hospitalar. Temos l um hospital de alta complexidade, que infelizmente por conta da covid teve que ser usado praticamente como um hospital de uma doena s, como muitos hospitais do nosso Pas, em funo da pandemia. Agora temos que reconstruir este hospital, voltado para sua virtude que o atendimento em alta complexidade. Para isto preciso estruturar. Costumo dizer que sade no tem preo, mas tem custo. Precisamos apurar este custo, e assim ter capacidade de planejar e racionalizar. Criar estratgias para que seus recursos se multipliquem.
Temos ainda os hospitais regionais de Trs Lagoas e de Dourados que est prximo de inaugurar. Que so importantes para estas regies tambm...
So dois hospitais que pretendem desenvolver a alta complexidade. Trs Lagoas est comeando e Dourados ainda vai ficar pronto. Eles fazem parte desta regionalizao da sade, mas natural que a gente construa condies bsicas para que a alta complexidade se desenvolva. Por mais que a estrutura fsica parea ideal, no se realiza estes procedimentos se no houver rotina entre as equipes. como pegar os quatro melhores velocistas para fazer aquela prova de troca de basto, no revezamento 4 por 100, mas se eles no estiverem bem treinados, certamente vo derrubar (basto) e sero desclassificados. Ento entregar o hospital o primeiro o, formar as equipes o segundo e dar as condies e treinar as equipes para produzir bons resultados o ltimo e mais importante.
O Governo tambm ajuda e apoia outros hospitais, como a Santa Casa e Hospital do Cncer. Vai continuar esta contribuio?
Certamente vai continuar este apoio. A Santa Casa por exemplo eu j estou h 30 anos exercendo a prtica mdica na unidade e neste tempo ela sempre foi uma referncia para nosso Estado. Estou feliz com a eleio da nova presidente (Alir Terra Lima), na qual tenho muito apreo. J me comprometi com ela a ajud-la para desenvolver cada vez mais melhores prticas de gesto na Santa Casa, que um local que presta um servio incomensurvel, mas sofre com problemas de gesto. Mas no s l, como em outros hospitais que atendem a populao tambm tero nossa ateno, no momento devido e adequado.
Para encerrar a entrevista gostaria que o senhor falasse como recebeu o convite para comandar a Secretaria de Sade e decidiu aceitar a misso?
Recebi o convite com um certo frio na barriga, mas ao mesmo tempo me senti desafiado. J no primeiro momento expus ao governador as dificuldades que teria por vir da iniciativa privada, em que a organizao diferente. Eu sempre fui um prestador de servio l na ponta, nunca atuei na sade pblica, mas como disse a sade uma s. Me senti mais desafiado a conhecer toda estrutura, motivar a equipe para que possa perceber que o fato das instituies pblicas e privadas serem distintas, no significa que no podemos aproveitar boas prticas de um e de outro. Vim exercer aquilo que fui treinado ao longo da vida, o que eu sei fazer melhor que ateno sade. Muitas vezes os profissionais de sade precisam de apoio, treinamento e estrutura. Para isto que vamos trabalhar.
FONTE: Portal MS