Indgenas do MS comemoram conquista do espao no mercado de trabalho 2q6x2g
Publicado em 19/04/2019
Editoria: Regio
Com a mudana no perfil da produo sucroalcooleira em Mato Grosso do Sul no final da dcada de 1990, a abertura do mercado de trabalho nas lavouras de ma no Rio Grande do Sul e Santa Catarina foi a salvao para os ndios de Mato Grosso do Sul. O processo teve incio em 2002 quando o primeiro grupo de indgenas foi contratado diretamente por uma empresa do Sul para a colheita de ma.
O incio foi muito difcil, lembra o presidente do Coletivo de Trabalhadores Indgenas de Mato Grosso do Sul, Jos Carlos Pacheco. Ele conta que sem emprego por causa da mecanizao das lavouras de cana de acar em Mato Grosso do Sul, houve um aumento nos ndices de violncia, alcoolismo e uso de drogas nas aldeias. Hoje o clima de alegria e confiana, comemora.
A mudana veio com a parceria entre o Ministrio Pblico do Trabalho (MPT), Fundao do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab), Coletivo de Trabalhadores Indgenas do Estado e Comisso Permanente de Investigao e Fiscalizao das Condies de Trabalho no MS, que deu segurana jurdica para trabalhadores e empresas produtoras de frutas do Sul do pas.
A partir dessa parceria, os ndios deixam o Estado j com os contratos de trabalho assinados, com os vencimentos e benefcios definidos. A participao da Funtrab junto intermediao dessas contrataes, tem auxiliado na preveno da ocorrncia dos aliciamentos irregulares, de forma a monitorar a sada desses trabalhadores do Estado, acompanhando mais de perto toda essa logstica, tendo um contato direto com os empregadores, afirma o procurador do Trabalho Jeferson Pereira.
Por ano, cerca de 7 mil ndios do MS vo trabalhar nas lavouras de maa do Sul
O procurador destaca que essa unio de esforos tem sido importante para a comunidade indgena do Estado. As contrataes dos trabalhadores indgenas do Estado de Mato Grosso do Sul pelas empresas que atuam diretamente na cadeia produtiva da ma tm servido de alternativa para que os mesmos tenham o ao mercado formal de trabalho, com ganho efetivo de renda que os auxiliem em sua subsistncia diria, uma vez que com a mecanizao do setor sucroalcooleiro, tal sistemtica ocasionou um desemprego estrutural da mo de obra indgena que ao longo de muitos anos era utilizada nas atividades do corte manual da cana de acar, pontuou.
Ao falar sobre a contratao da mo de obra indgena de Mato Grosso do Sul pelas empresas do Rio Grande do Sul, o presidente da Associao Gacha de Produtores de Ma (Agapomi), Jos Sozo, lembra que o incio foi difcil, mas com o ar do tempo e principalmente a partir da parceria entre os rgos pblicos e instituies com as empresas do Sul, as relaes de trabalho avanaram bastante. Era um povo desconhecido, depois que fomos entendendo o jeito deles e com a entrada do Governo (via Funtrab) evolumos bastante e hoje essa parceria tem sido muito bom, afirmou.
Para Jos Carlos Pacheco, a maior satisfao que teve desde que ou a fazer parte desse trabalho, foi quando esteve na aldeia Porto Lindo, em Japor. Ouvir do capito da aldeia que se hoje os ndios tm uma casinha, tem moto e melhores condies de vida por causa da ma, comentou.
O presidente do Coletivo de Trabalhadores Indgenas do MS tambm falou sobre o impacto desse programa na economia das cidades onde vivem os ndios que vo trabalhar no raleio e colheita da ma no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Segundo Jos Carlos, por ano em mdia 7 mil indgenas vo trabalhar nas lavouras de ma no Sul do pas, ganhando em mdia R$ 3 mil por perodo de colheita da fruta. um dinheiro que movimenta e economia do nosso Estado, diz ele.
Cerca de 3 mil moradores das aldeias de Mato Grosso do Sul estaro concluindo at incio de maio a segunda etapa da colheita de ma em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
FONTE: Subsecretaria de Comunicao